sexta-feira, 20 de junho de 2014

DIÁLOGO DOS SANTOS

- Filho, vês como o mundo está?
-  Vejo, Pai, dá vontade de chorar.

- Filho,ves como andas o homem?
- Vejo, pai, uns riem tristes
         Outros choram de fome.
-A fome e a miséria o mundo assola
        Quem teve alguma coisa outrora
         Hoje padece na esmola.

 -Pai, não vou suportar
     Quero ao teu seio voltar.
Há tanto sofrimento, tanta dor...
      Crianças famintas choram
      Mães á morte imploram
      Pais sem trabalhar.

- Filho, sejais corajoso...
        Não querais recuar, é impossível.
        Meu coração com isso sangra
        Mas nada posso fazer.

- Pai! assim não dá!
        Todos querem a salvação
         Mas por ela, ninguem quer lutar.

- Nasce uma ferida a cada dia
         no seio da minha mãe, no seio de Maria.

- Eu falo, imploro, de tristeza choro
      Mas ninguem me ve,
       Ninguem quer me escutar.

- A voz da verdade meu peito agita
        Ando milhas pregando a vida
        E de mim querem zombar

- Tua palavra, meu pai, virou negócio
      Igrejas,  são mais consorcios
      Para o povo enganar.
Poucas praticam o amor,  a caridade
        Só veem a sua frente dinheiro e vaidade
       O anverso do que o pai pregou.

_ Pai,quero ao teu seio voltar
       Se extinguiu a esperança
       De o mundo me escutar.






 

L Ú C I A

Nao consigo entender esta paixão que me devora
Por mais que eu tente me esconder prá não te ver,
Por mais que eu tente me conter prá te esquecer
Por maisque eu tente não dá, Lúcia, e agora?

Voce foi a fantasia que sonhei
E hoje, mesmo desiludido,
Não consigo acordar prá realidade.

Mesmo sozinho,
Eu te digo adeus, óh doce Lúcia,
Porque não sei o que fazer prá te agradar,
Nem sequer uma esperança a mais me resta...
Tenho que fugir de ti, preciso respirar.

Adeus, adeus,adeus.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

SER MÃE

E lá estava ele impassível
A fitar o impossível
Sonhando um dia chegar.
Mas, eras tão criança, Zé, tão pequenino,,,
Eras tão criança prá sonhar...
Sonhar... sonhar...Zé! acorda!
Zé filhinho, vem deitar!...

Sair...sair prá quê?
Deita
r, dormir...que coisa incômoda,
Zé preferia morrer a sair
Zé tinha, tinha que ver...

O dia passava, e, à noite
Como uma sombra na sombra
Lá ficava Zé, sempre impassível
A fitar a imensidão do céu
O sussurrar do vento
A sentir o balouçar das flores
E a dizer em sofrimento:
"Papá, Ppá...vem prá cá!"

Ai! pobre Zé, pobre criança humilde,
Pobre vida miserável vida
Pobre escarro de um ébrio qualquer...
Aquela alí, tão triste a fitar
                                   no horizonte
Um homem magro e um madeiro
E atrás dele um mundo inteiro
A gritar: "Matemo-no!",

E a mãe do Zé que nada via
Gritava da cozinha aflita:
"Ze, filhinho, vem jantar...
Cê precisa de comer...
Zé, Zé,...tu vai morrer...
Não vê que ele não vem?...
Zé, filhinho, vem comer!"

Mas Zé nada mais escutava
Nada mais ouvia, nada mais falava.
Zé parou de vez, e dos lábios
Apenas um sorriso de adeus,
                             Deixou prá nós.

Dos olhos do Zé o cristalino brilho
Revia cenas de morrer:
Zé viu o pai sendo crucificado
Zé viu o olhar do pai, tão magoado
Zé viu seu pai chorar sem ninguêm vê.

Zé viu, Zé viu, sim,,,
E Zé, tão pequenino então, morreu de medo
E se escondeu da vida prá fugir dos homens:
Os mesmos homens que mataram o pai.

Hoje é a mãe do Zé que anda assim, aflita
Buscando o pai aparecer
E trazer seu filho que a deixou sozinha
Prá brincar de se esconder.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

PARA MEU AMOR, LUCIA

Aliei-me a ti, coração
Para que a minha vida
Não tenha mais solidão,

Sou um sonhador, e como tal
Fui buscar no infinito algo impossível:
                                              Voce.

Hoje partilhamos juntos a mesma vida
A mesma cama, as mesmas carícias...
           As mesmas confideñcias.

Fiz de ti a água que mata a minha sede
Minha sombra em dias de muito sol
Meu descanço em dias de cansaço e,
Minha alegria nos momentos de tristeza.

voce, coraçao, é o  "eu" que me faltava,
O motivo da minha própria existencia.

Junto a ti, meu Deus me fez mais forte.
E quando não houver
Mais luz no fim do túnel
Olharei teus lindos olhos e prosseguirei, com fé e feliz
                                        Pois sei
Que nunca estarei sozinho.

E assim, quando passarem os dias de tormento
E a luz então brilhar no firmamento,
Darei graças aos céus, por tão lindo momento
E te abraçarei feliz, porque te amo.

E ontem, completamos 25 anos de casados
E te mandei  de presente milhões de abraços e beijos.
Se nao chegou é que o carrinho do papai Noel não suportou o peso e quebrou.
Portanto, paciencia. Te amo.


OS OLHOS MEUS

Dos meus olhos uma lágrima
Desceu veladamente
          e triste
molhou os olhos meus.

As menins dos meus olhos
Antes alegres, contentes
Choravam penosamente
Um amor que não nasceu.

Ai! olhos pobres cansados e oprimidos
     Nunca os vi tão tristes, tão sofridos
Pobres olhos cansados e oprimidos.

Nenhuma luz a mais os alumia
     Nada mais os faz ficarem  contentes
     É como se morressem de insônia
     Ou de uma qualquer febre intermitente.

Nunca os olhos meus ficaram tão mais
                                       Tristes...
        Nunca o brilho deles por alguém cedeu
       Como cede hoje, como cede agora
       Por um amor que jaz, aqui, no peito meu.

Não adiantam as cores de vida
       Não adianta do pássaro o cantar
       Não adiantam os afagos da amante
       Nem o desejo da carne a chamar.

Nada tem mais sentido nesta vida
       Se o amor verdadeiro está ferido
       Só se alegrarão meus olhos tão sofridos
       O dia em que o amor for convivido.


A DIFERENÇA DO BEIJO


UM DIA ALGUÉM PERGUNTOU
QUAL SERIA A DIFERENÇA
DE UM BEIJO COMUM
PARA UM BEIJO DE AMOR.

E EU RESPONDI
QUE UM BEIJO COMUM
NÃO POSSUI A DOÇURA
NÃO NOS TRAZ EMOÇÃO
COMO O BEIJO DE AMOR.

UM BEIJO COMUM
NÃO NOS DÁ PLENA FELICIDADE
NÃO NOS DEIXA SAUDADES
COMO O BEIJO DE AMOR.

UM BEIJO COMUM
NÃO NOS FAZ FLUTUAR
NÃO NOS FAZ PAIRAR NO AR
A ALGUNS CENTÍMETROS DO CHÃO.

SOMENTE O BEIJO DE AMOR
PREENCHE OS CINCO SENTIDOS
E FICAMOS TÃO EMBEVECIDOS
QUE NÃO SENTIMOS NEM DOR