quarta-feira, 6 de abril de 2011

CASTRO E EU

O poeta Castro Alves
amou Amélia e amou  Maria
Sofria por todas elas
Ai, meu Deus, como sofria
Mas só eu, só eu, Emílio
Namorar, ninguém queria.

O poeta Castro Alves
Em berros e altos brados
Defendia a negritude
O pobre negro enjaulado
Mas só eu, só eu Emílio
Sempre fui, assim...calado.

O poeta Castro Alves
Era Doutor, Advogado
Ganhou causas, lançou livros
Era todo iluminado
Mas só eu, só eu, Emílio
Não tive um verso comprado.

Mas somos da mesma pátria
E morremos do mesmo vício:
Ele morria de amores
E eu do mesmo feitiço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário