Senhor,
Mais uma vez diante de ti
Depois da longa caminhada
Seu filho volta ao teu seio
Não achou paz na estrada.
Ele saiu de casa cedo
Colocou na mochila os pertences
Comeu um pedaço de pão
E disse "vou prá cidade
"Vou à cata de emprego
Como fizeram meus amigos".
E saiu pela estrada
Deixando um sitio falido.
Bateu em várias portas
Em todas foi maltratado:
"Tão novo e tão vagabundo"
"Vá trabalhar, seu safado".
Seu filho procurou firmas
Empresas de vários portes
Mas em todas foi barrado
E o azar venceu a sorte.
A fome e a doença o acudiram
O seu corpo ardeu em febre
E já, no último momento
Lembrando-se desta casa, sempre aberta,
Procurou guarida.
Senhor
Teu filho passou a noite aqui
Prostrado a teus pés
Guarnecido na tua segurança
Até raiar o dia.
Lágrimas lhe emolduraram as faces
Ao lembrar da vida de outrora
Da vida dificil no campo
Mas que nunca precisou
Estender a mão... pedir esmola.
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